O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) declarou nesta quinta-feira (17) que não dispõe mais de recursos financeiros para manter o filho, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), nos Estados Unidos. Segundo ele, já foram enviados cerca de R$ 2 milhões desde março para cobrir os custos da estadia do parlamentar, que se afastou do cargo alegando risco de ações judiciais contra si.
Durante entrevista após reunião com aliados no gabinete do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), Bolsonaro afirmou: “Já mandei R$ 2 milhões, eu não tenho mais. O dinheiro está acabando”. Eduardo permanece nos EUA, onde tem atuado em defesa do pai e de seus apoiadores, inclusive celebrando a decisão do presidente Donald Trump de aplicar uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros.
O deputado está licenciado desde março e, segundo o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), poderá acumular até 44 faltas em sessões sem perder o mandato, o que equivale a cerca de cinco meses de ausência. Flávio Bolsonaro reforçou que o partido está atento ao prazo e que Eduardo deve permanecer fora do país até o limite permitido.
A situação é comparada à do deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), que teve o mandato cassado após ser preso por envolvimento no assassinato da vereadora Marielle Franco. A decisão foi tomada com base no Artigo 55 da Constituição Federal, que trata da perda de mandato por faltas ou condenações criminais.
A permanência de Eduardo nos EUA tem gerado controvérsia, especialmente por sua atuação junto a aliados de Trump para pressionar o governo norte-americano a impor sanções ao Brasil. A Procuradoria-Geral da República (PGR) já havia analisado um pedido de retenção de seu passaporte, e o deputado é alvo de investigação por suposta tentativa de coação contra autoridades brasileiras.