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Foto da Lavoura Serafini em Centenario-RS |
Nos invernos do município de Centenário, uma planta tem se destacado cada vez mais, enchendo os olhos de quem passa pelas estradas da região. Trata-se da canola, uma oleaginosa que, além de transformar a paisagem com o seu amarelo vibrante, vem se consolidando como importante alternativa de produção para os agricultores locais.
Quem chega de outras cidades e se depara com os campos floridos costuma se encantar com a beleza singular da planta. No entanto, o valor da canola vai muito além do aspecto visual: ela é hoje uma cultura estratégica para a agricultura do Rio Grande do Sul, unindo rentabilidade, sustentabilidade e diversidade produtiva.
O que é a canola e por que ela é importante?
A canola está entre as três oleaginosas mais produzidas no mundo, atrás apenas da soja e do óleo de palma. Seus grãos possuem de 24% a 27% de proteína e de 34% a 40% de óleo, características que a tornam matéria-prima essencial para três grandes finalidades: óleo de cozinha, farelo para alimentação animal e biodiesel.
Outro ponto de destaque é a facilidade de inserção da canola nos sistemas de produção do Sul do Brasil. Adaptada ao clima frio, ela pode ser cultivada no inverno em rotação com trigo, aveia e cevada, favorecendo o sistema de plantio direto. Essa prática ajuda a reduzir a aplicação de defensivos agrícolas, diminuindo custos e tornando a produção mais sustentável.
Além disso, a cultura não exige investimentos em maquinário específico, o que facilita sua adoção pelos agricultores.
Crescimento da produção no Rio Grande do Sul
No Brasil, o Rio Grande do Sul é o grande protagonista do cultivo da canola. Segundo dados da Emater/RS-Ascar, em 2024 a área cultivada no estado foi de 56,7 mil hectares, um aumento de 44% em relação a 2021, quando o cultivo somava 38 mil hectares.
A produção também apresentou forte avanço: foram 108 mil toneladas em 2024, quase o dobro das 54,7 mil toneladas colhidas no ano anterior. A produtividade média ficou em 1.913 quilos por hectare.
As regiões de Santa Rosa, Santa Maria, Ijuí e Bagé se destacaram, respondendo por 93% da produção estadual. Para 2025, as projeções indicam nova alta: a área cultivada deve alcançar 67,2 mil hectares, com produção estimada em 109,6 mil toneladas.
O município de Santa Rosa lidera o cultivo, com previsão de plantar 32,1 mil hectares, número 27,7% maior do que o registrado na safra anterior.
Uma cultura que une beleza e economia
A canola, que encanta os olhos pela beleza das flores, também vem se consolidando como alternativa econômica importante para os agricultores gaúchos. Sua versatilidade, aliada ao potencial de mercado e ao papel na sustentabilidade da produção, reforça o espaço que a planta vem conquistando nas lavouras do Rio Grande do Sul e em municípios como Centenário.
Assim, a oleaginosa que antes era vista apenas como curiosidade no campo, hoje é símbolo de inovação, diversificação e desenvolvimento para a agricultura regional.
Por: Joel sychocki